sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Colônia Marcelino: Uma colônia de etnias em São José dos Pinhais


A história de São José dos Pinhais é construída por milhares de pequenas narrativas, construídas a partir de cada indivíduo que chegou nessas terras. Estamos falando de mais de 160 anos de história. Naquela época, ainda província de São Paulo, a Villa de São José dos Pinhais oferecia prosperidade e esperança àqueles que desembarcavam por aqui.  A Colônia Marcelino é um exemplo disso.
Os imigrantes que chegaram por volta de 1891 instalaram-se na Serra dos Castelhanos. Sobreviver em terras não desbravadas, com clima e comida completamente diferentes, não foi uma tarefa fácil. Os persistentes passaram por muitas dificuldades, limpando matagais, construindo moradias e infra-estrutura, e plantando seu sustento.
À procura de novas áreas de trabalho, alguns imigrantes saíram de Castelhanos e foram trabalhar na Colônia Marcelino, terra que pertencia ao antigo comerciante Coronel Marcelino José Nogueira. A atividade demandava esforço dos trabalhadores durante a semana toda. No final de semana, retornavam as suas residências. Foi então que o coronel Marcelino facilitou a venda de pedaços de suas terras em troca da produção que, posteriormente, comercializava. Assim surgiram as primeiras propriedades da Colônia.
Passaram-se anos e, por volta de 1987, chegaram os primeiros ucranianos e poloneses à Colônia Marcelino (que permaneceu com o nome em homenagem ao coronel). Sempre prosperando, a comunidade continuou crescendo, enriquecendo-se culturalmente, ainda mais com a vinda dos novos moradores.
A vida poderia se resumir a incorporar a cultura local, se designar brasileiro, e deixar para trás os motivos que levaram cada família a vir para o Brasil. Não para todos.

    São-joseenses ucranianos nos dias de hoje

 

Uma das coordenadoras da tradicional Festa do Trigo da Colônia Marcelino, Noeli Cristiane Nogas, explica porque a temática da festa está intimamente ligada aos ucranianos. Sete anos após se instalarem em terras são-joseenses, a comunidade fundou o Grupo Folclórico Ucraniano Soloveiko (que significa Rouxinol, pássaro existente na Ucrânia), da Colônia Marcelino em São José dos Pinhais. Desde 6 de janeiro de 1994, descendentes de ucranianos vem trabalhando na preservação da cultura de seus antepassados.
Composto por jovens e crianças, eles tentam manter as tradições e costumes, principalmente por meio da dança. As músicas, os passos, as coreografias e os trajes devem estar em harmonia conforme a característica da região apresentada. As várias composições representam um mundo muito conhecido para eles, uma beleza e enriquecimento cultural inimaginável para que observa.


“É uma honra poder fazer parte da comunidade, onde há uma religiosidade forte, entre todos os integrantes da comunidade e isso faz com que as pessoas sejam participativas, haja o respeito, e principalmente o que se observa que ainda se mantém os costumes e tradições ucranianas”, comenta o presidente do Grupo Folclórico Ucraniano Soloveiko José Laertes Cardozo.
Atualmente o Grupo Soloveiko tem em suas atividades o Projeto Resgate da Cultura Ucraniana  – Ponto de Cultura – com o apoio da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais e do Ministério da Cultura. O Projeto tem como objetivo resgatar e valorizar a cultura ucraniana por meio das danças folclóricas, do artesanato (pêssankas e bordados) e comidas típicas.
Uma cultura tão rica, aliada as outras etnias que existem na colônia e na cidade como um todo, são provas que diferentes comunidades podem viver em harmonia, respeitando o espaço do outro e construindo uma cidade, uma nação, multicultural.

Foto: Divulgação.
Portal Vera Rosa.


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