quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

No Sul, a “menina dos olhos” da Renault mundial

Fábrica em São José dos Pinhais, no Paraná, recebe o maior investimento da montadora em todo o mundo. Produção será de um carro por minuto a partir de fevereiro

O Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), abriga a produção dos modelos Logan, Sandero e Duster, da Renault – além de Livina, Frontier e Master, da Nissan, graças a uma aliança entre as duas montadores. Até o início de dezembro eram produzidos, em média, 47 carros a cada hora, mas o aquecimento do mercado brasileiro fez com que a montadora realizasse uma operação gigantesca de R$ 500 milhões para elevar a produtividade e garantir o abastecimento das mais de 250 revendas em todo o país.

O investimento no Paraná é o maior da montadora em todo o mundo no biênio 2012/2013. Isso porque o Brasil se tornou o segundo maior mercado da Renault. “Junto com a visibilidade, vem a pressão por resultados”, afirma Alain Tisser, vice-presidente da Renault do Brasil. Com o upgrade, a capacidade de produção do complexo saltará dos atuais 280 mil carros para 380 mil a cada ano. A média de produção será de um carro por minuto, principalmente graças a uma tecnologia exclusiva da montadora: uma plataforma que permite a produção de diferentes modelos na mesma estrutura.

Por exemplo: após a montagem de um Sandero, a estrutura gira em torno do próprio eixo, fazendo emergir a outra face da plataforma, onde uma Duster poderá ser montada. Enquanto isso, a parte “escondida” no subsolo, que acabara de produzir um Sandero, poderá ser alterada e depois subir para originar um Logan, ou manter a configuração anterior e fabricar outro modelo igual.

Depois de dois meses de obra, a Renault espera inaugurar a nova fábrica. Não houve mudanças radicais nos prédios que abrigam a produção: a grande novidade está nos equipamentos, em grande parte trazidos de outros países, como a Alemanha.

Antes de parar a produção por dois meses foi preciso garantir um aumento no estoque. Afinal, não obstante o crescimento do mercado automotivo, a Renault apresenta índices ainda muito superiores. Em 2012 o setor cresceu 6% e a montadora, 24%. Manter as vendas enquanto a produção pararia era o grande desafio. “Trabalhamos em três turnos desde 2011 e também vários sábados em 2012”, lembra Caíque Ferreira, diretor de comunicação da montadora.

Neste período de trabalho redobrado foram contratados mais mil funcionários para a fábrica. Com o término das obras, além de mantê-los, Ferreira garante que outro tanto será necessário para operar toda a linha de produção. Com mais mil colaboradores, o complexo chegará a 7,3 mil funcionários. Na obra, o número de trabalhadores foi de 1,3 mil.

As linhas de pintura, montagem e carroceria foram completamente desmontadas e deram lugar a robôs mais modernos, precisos e rápidos. “O conceito desta fábrica era de meados dos anos 1990 e agora salta para 2013. É um avanço de mais de 15 anos”, ressalta Tisser. A inauguração oficial da nova fase da fábrica acontece em março, mas a expectativa é de que já no dia 7 de fevereiro as linhas estejam trabalhando.

Fonte: Amanhã
 
 

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