quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vereadora acusada de “autossequestro” segue no mandato; PT-PR desaprova

Apesar da determinação de ficar afastada por 60 dias do mandato de vereadora em Ponta Grossa (Campos Gerais), Ana Maria Branco de Holleben (PT) compareceu à sessão ordinária da Câmara Municipal na tarde desta quarta-feira (27). A decisão pelo afastamento foi tomada pelo diretório estadual da legenda na última segunda-feira (25). Ela é acusada de forjar o próprio sequestro em 1º de janeiro de 2013, logo após tomar posse, apesar de ela negar veementemente que seu desaparecimento tenha sido um sequestro.


Em entrevista coletiva na Câmara, a vereadora afirmou que foi informada oficialmente da medida apenas na terça-feira (26) à tarde, por meio de um telegrama. “Eu fui a Curitiba nesta segunda-feira e falei, antes da reunião, por apenas cinco minutos para os participantes”, assinala. Ana Maria alega também que foi comunicada do afastamento, logo na chegada à capital, pelo próprio deputado estadual Ênio Verri, presidente estadual do PT-PR.

“A decisão aconteceu antes da minha fala. Eu não tive direito à ampla defesa. Se eu acatar essa decisão de pronto, sem conversar com o partido, seria como se eu estivesse avalizando a minha condenação prévia. Eu vou a Curitiba nesta quinta-feira (28) e quero conversar melhor com o pessoal do diretório estadual sobre esta situação”, comenta Ana Maria. Apesar de Ana Maria não ter uma posição definida sobre acatar ou não a determinação do PT estadual, o advogado da vereadora, Fernando Madureira, salienta que fará todo o possível para que ela cumpra todo o mandato na íntegra. “Se for necessário, poderemos tentar algum recurso dentro do próprio partido durante esta semana. Por enquanto, ela continua no mandato normalmente”, assinala o advogado.

A vereadora também foi ouvida, pela primeira vez, na Comissão de Ética do diretório municipal do PT, criada especialmente para investigar o caso. A reunião ocorreu na última terça-feira (26). Um dos integrantes da Comissão, Gilberto Antônio dos Santos, afirma que não pode antecipar o que foi dito pela vereadora durante a reunião, para não prejudicar as investigações internas da legenda. “Temos mais 15 dias para elaborar um parecer que pode resultar numa advertência ou até na expulsão dela do partido”, salienta Santos. Caso a vereadora venha a pedir o afastamento de 60 dias, conforme a recomendação do PT estadual, a Câmara deverá chamar imediatamente o suplente Nilson Ribeiro (PT).

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